RESUMO - ABEL JUVINO DE PAES BARRETO: UM ENGENHEIRO-EDUCADOR NA ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES DE NATAL (1909–1937)

Juan Carlo da Cruz Silva*

Olivia Morais de Medeiros Neta

*IFRN, UFRN - E-mail: juansolideo.jc@gmail.com


O presente trabalho tem o intuito de analisar a vida e as práticas do engenheiro-educador Abel Juvino de Paes Barreto como professor de Desenho da Escola de Aprendizes Artífices de Natal durante a Primeira República. O trabalho encontra-se na interface entre História dos Intelectuais, História da Educação Profissional e História das Disciplinas Escolares, alicerçando-se na noção de Engenheiro-educador enquanto substantivo próprio e epistêmico, qualificando o engenheiro em sua prática educativa, que manifesta seu lugar de fala e seu engajamento aliados à história pessoal e profissional. A partir da produção da historiografia da educação norte-rio-grandense referente a Primeira República, bem como de artigos do jornal A República e fontes documentais das instituições educacionais onde atuava Abel Juvino de Paes Barreto, em particular na formação dos aprendizes artífices, buscamos indícios da vida e prática deste engenheiro-educador. Pela interface das fontes com os estudos de Medeiros Neta e Leite, assim como das ideias e conceitos de Chervel, Certeau, Chartier e Sirinelli, ressalta-se que o engajamento, a rede de sociabilidades e a formação do engenheiro influenciou suas decisões e práticas profissionais e que estas promoveram, no interior da escola profissional onde atuava, a consolidação de uma representação acerca da disciplina que leciona - o Desenho - numa ação de aculturação de massas segundo as finalidades do Desenho e da Educação Profissional em seu tempo. Os estudos apontam que a atuação do professor Abel Barreto, enquanto docente teve papel central no processo de constituição das finalidades reais do ensino de uma disciplina, e estabeleceu uma aculturação do Desenho que é distinta da representação estabelecida pelo Estado brasileiro para a Educação Profissional no âmbito das Escolas de Aprendizes Artífices que esteve mais fortemente ligada à sua própria formação e engajamento sócio político.


Palavras-chave: Desenho; Disciplina Escolar; Engenheiro-educador; Escola de Aprendizes Artífices; Formação Docente.


Comentários

  1. O resumo está bem escrito. Em síntese, defende que "o engajamento, a rede de sociabilidades e a formação do engenheiro influenciou suas decisões e práticas profissionais e que estas promoveram, no interior da escola profissional onde atuava, a consolidação de uma representação acerca da disciplina que leciona - o Desenho". A pergunta que faço é: como essas influências podem ser percebidas na prática profissional do sujeito pesquisado e na representação da disciplina que lecionou?

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