RESUMO - AS ESCOLAS DE ESCRIBAS DA ANTIGA MESOPOTÂMIA NOS PRIMÓRDIOS DA FORMAÇÃO PARA O TRABALHO

Rosângela Araújo da Silva*

Bernadete Morey

*IFRN - E-mail: rosangela.silva@ifrn.edu.br


Na antiga Mesopotâmia, região correspondente hoje ao Iraque, se constituiu as escolas de escribas cuja profissão tinha a finalidade de formar especialistas para trabalharem nas tarefas econômicas e administrativas das cidades, sobretudo nos templos e nos palácios. A atividade laboral do escriba tinha prestígio e superioridade social, pois esse profissional pertencia a famílias abastadas que podiam investir nas altas despesas exigidas para essa formação. No contexto da antiga Mesopotâmia, a formação para o trabalho era dada em escolas de escribas, cuja denominação em sumério era é.dub.ba., e em acádico bît ÿuppi, em uma tradução literal “casa dos tabletes”, devido a todos os registros serem feitos em tabletes de argila. Conforme autores como Christine Proust, Eleanor Robson, Jens Høyrup e Kátia Pozzer, que em seus estudos expõem sobre os aprendizados práticos dessa formação e sua utilização profissional na vida real, esses trazem a compreensão de aprendizados direcionados ao uso e envolviam o conhecimento de centenas de sinais da escrita cuneiforme, de unidades metrológicas (capacidades e medidas), de sequências de listas temáticas com diversas tabelas e técnicas contábeis, que depois eram contextualizadas em forma de contratos legais nas atividades de economia e de administração. Esse trabalho tem como procedimento metodológico principal a pesquisa bibliográfica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009) de cunho histórico, com o intuito direcionado para o contexto das escolas de escribas consideradas como antigas escolas profissionais, buscando embasamento em autores que pesquisam sobre essas escolas situadas na antiga Mesopotâmia. A abordagem da pesquisa é qualitativa com fundamento em fontes históricas, visando o aprofundamento da compreensão de uma organização escolar formal que se encontra nos primórdios da formação para o trabalho. Observa-se que desde suas origens há na formação para o trabalho, uma relação entre o trabalho desenvolvido e a posição social, e principalmente, que o acesso à educação profissional que atendia aos postos sociais mais avançados era para aqueles que podiam arcar com um investimento educacional que lhes permitissem galgar postos considerados de status na hierarquia da sociedade.


Palavras-chave: Escolas de escribas; Formação para o trabalho; História da educação profissional.


Comentários

  1. Acho que a discussão ganharia peso se fosse vista no sentido da dualidade entre os tipos de educação. Mesmo que os escribas fossem trabalhadores, considerando a concepção de trabalho de uma forma bem ampla, eles estavam numa posição social superior. Essa escola servia às elites. Como era a educação dos trabalhadores das esferas sociais baixas?

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