RESUMO - FORMAÇÃO / PROFISSIONALIZAÇÃO DE PROFESSORES: UM ESTUDO REALIZADO EM DUAS INSTITUIÇÕES DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (RFEPCT)

Paulo Roberto Vidal de Negreiros*

Maria Auxiliadora Monteiro de Oliveira

*PUC0-MG - E-mail: negreirosp12@gmail.com


A questão central desenvolvida neste trabalho, se consusbstancia na investigação sobre a formação/profissionalização dos professores da Educação Profissional Técnica de Nível Médio (EPTNM), no âmbito de duas instituições da Rede Federal de Educação Profissional Científica Tecnológica (RFEPCT), de Minas Gerais. Ancora-se na pesquisa de doutorado que teve como objetivo geral, ampliar e aprofundar os conhecimentos sobre o exercício do magistério nesta modalidade de educação, na qual trabalham professores com perfis diferenciados de formação: bacharéis e licenciados.  Nessa propositura são problematizadas as questões e especificidades relacionadas aos saberes desses docentes, se dialogam com a configuração da profissionalidade do profissional da educação. Os objetivos específicos desta pesquisa, assim se apresentam: (i) Identificar e analisar as trajetórias profissionais dos professores participantes desta pesquisa e suas formações técnica e acadêmica; (ii) Investigar como os professores das instituições pesquisadas avaliam a importância da capacitação pedagógica nas práticas dos docentes; (iii) Analisar como os professores percebiam a importância dos saberes experienciais/tácitos, geralmente, presentes nas trajetórias dos professores da Educação Profissional; (iv) Investigar as condições salariais e de trabalho dos professores das duas instituições pesquisadas e se as consideram adequadas para o desenvolvimento de um ensino de qualidade. Quanto aos procedimentos metodológicos, ressalta-se que esta investigação se constitui como uma Pesquisa Quali-Quanti, com ênfase na pesquisa qualitativa. Constatou-se a necessidade de uma política pública mais estruturada para formação inicial e continuada dos professores da EPTNM, preservando as conquistas alcançadas nos governos de posicionamento mais crítico, no início deste século, que possibilitaram que a docência fosse reconhecida como uma profissão com prestígio social, com reconhecimento e valorização profissional.  Concomitantemente, precisam ser assegurados os avanços ocorridos, no âmbito da articulação entre os conhecimentos teóricos e os práticos. Deve- se, também, serem contempladas as questões didático-pedagógicas, assim como, políticas consistentes, críticas e reflexivas, que priorizem a dimensão humana, para que sejam construídas as condições necessárias, para minimizar ou excluir, uma trajetória marcada pela dicotomia entre o Ensino Médio e a Educação Profissional. 


Palavras-chave: Formação e Profissionalização; Identidade Profissional; Profissional de Nível Médio.


Comentários

  1. A formação continuada de professores carece de uma política pública com ações constantes. A cada ano nos deparamos com situações diferentes e novos desafios, podendo citar a questão das PCD e até mesmo o novo espaço escolar pós-pandemia. Por melhor que seja nossa formação, nunca estaremos preparados. Diante da ausência desta política, nos agarramos na produção científica baseada nos relatos de experiência, na forma de uma formação continuada ativa.

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  2. Caros Paulo Roberto e Maria Auxiliadora, a pesquisa de vocês me interessa bastante.
    Vocês podem socializar as principais conclusões da referida investigação?
    Abraços!

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  3. A pesquisa mostrou que embora tenha ocorrido alguns avanços em relação às políticas para a formação dos professores no País, relativos aos níveis de ensino da Educação Básica e Ensino Superior, no âmbito da Educação Profissional, ainda, prevalece a descontinuidade das políticas para o setor. Dessa forma, não foram superados os desafios, historicamente, situados nesta modalidade de educação, tais como: a carência da formação didático-pedagógica; a visão tradicional de que a docência transita pela vocação, dom ou talento; a compreensão de que para ensinar, basta saber-fazer, persistindo o paradigma técnico e a fragmentação dos conhecimentos curriculares e dos conhecimentos do mundo do trabalho.

    É necessário preservar as conquistas alcançadas nos governos de posicionamento mais crítico, do início deste século, que possibilitaram ao professor o reconhecimento de sua profissão, dando à docência prestígio social, reconhecimento e valorização profissional. Ao mesmo tempo, deve-se assegurar avanços que possibilitem a articulação dos conhecimentos teóricos e práticos, ou seja, articular os estudos em relação à área específica do professor, que precisa acompanhar constantemente os avanços das ciências em geral e da sua área de atuação em particular, aos conhecimentos didático-pedagógicos e às políticas do processo de ensino e aprendizagem, bem como as especificidades que circunscrevem a educação profissional. Enfim, promover uma formação consistente, ampla, crítica e reflexiva, que priorize o humano e, assim, crie condições para superar a trajetória dicotomizante do ensino médio profissional.

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  4. Caros Paulo Roberto e Maria Auxiliadora, agradeço o retorno e parabenizo pela pesquisa!

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