RESUMO - ROBERTO MANGE, EDUCAR PARA O TRABALHO NO ENSINO INDUSTRIAL BRASILEIRO

 Karoline Louise Silva da Costa*

Olívia Morais de Medeiros Neta

*IFRN - E-mail: karolinepedagoga@gmail.com

Este estudo situa-se no campo da história da educação profissional e objetiva-se investigar as sociabilidades e as práticas do engenheiro-educador Roberto Mange, na primeira metade do século XX no Brasil, no que concerne à relação trabalho e educação. Com isso, evidencia-se Mange como parte da geração de intelectuais, sendo este agente e mediador dos bens simbólicos na sua relação com as concepções: social, político e cultural (SIRINELLI, 2003). Roberto Mange nasceu na Suíça em 1886. Graduou-se em Engenharia na Escola Politécnica de Zurique, em 1910. Foi professor da escola Politécnica de São Paulo, em 1913. Tornou-se pioneiro no Brasil dos métodos racionais para a formação dos trabalhadores e, devido à isso, participou de diversas visitas técnicas ao exterior. Em 1929, viajou para Alemanha com a missão de acompanhar os cursos profissionais dirigidos aos operários das estradas de ferro. Mais tarde, fundou, em 1931, junto à outros especialistas, o Instituto da Organização do Trabalho Racional - IDORT, no qual produziu muitos escritos em prol da constituição do ensino industrial no país. Assim, os indícios evidenciam os lugares de fala de Mange, engenheiro-educador e intelectual, o qual dedicou-se à formação para o trabalho industrial com base nas experiências internacional, em países como a Suíça, Alemanha e os EUA, mediante a utilização de métodos, técnicas e da psicologia industrial, advindos dessas influências. Assim, compreende-se que a sua concepção pedagógica em torno da organização racional do trabalho coadunava com o contexto de produção taylorista, haja vista que defendia um controle eficiente para o desenvolvimento da produtividade no campo industrial.

Palavras-chave: História da Educação; Educação e Trabalho; Intelectual